terça-feira, 2 de junho de 2009

Muito mundo

À luz vadia de uma manhã de nuvens cinzas, percorro em pensamento o centro da metrópole que já chamei de casa. Num quarto distante, na província, cortinas balançando ao vento, deito-me completamente ausente: nesta manhã sou puro ontem; pura imagem projetada, dançando com as sombras sobre as pautas do caderno. Ruazinhas estreitas, céu recortado por concreto e, nas fachadas, nomes, telefones, logos: placas de escritórios que a gente nunca soube realmente pra que servem. Na mesa de um café, eu saboreio o gosto de optar pelo meu gosto em uma taça de café gelado. E de lá, sem pressa, percorro em pensamento as ruas do meu bairro, a muitas quadras de distância. Trilhos de trem, aglomerados de prédios. Nalgum lugar alguém pregou o anúncio: Vende-se este mercadinho. Parece coisa da província. Ou é. E como eu poderia não me confundir com tantas ruas, tantas letras, tantas cidades pra um só par de olhos?

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