segunda-feira, 15 de junho de 2009

O acidente

Tentando ter sobrevivido ao último colapso.

Vida é um negócio tenso.

Logo terei renascido e serei muito outro. Até tem graça. Meu coração de terra fixa e ascendente em água fixa talvez até gostasse de ser sempre o mesmo, mas não deu, não foi, a caravana avança. Mas como eu tenho pena de mim mesmo aqui pequenininho, ferido, confuso, etc! Deveriam fazer uns manuais emocionais individualizados, nada de genéricos. Sim, estou envelhecendo na lista de espera. Aí vem um tsunami vez ou outra, um Katrina, um Vesúvio, uma hecatombe. E pôxa vida, Deus, eu não sou Deus nem nada. A gente fica assim no meio dos destroços, imaginando se encontrar a caixa preta serviria para alguma coisa. Por que que as almas não têm pronto-socorro? Falar. Falar. Falar ocupa os pensamentos. E a gente sente menos – quase não sente, quase não sente – até que chegue o dia em que a gente aprenda a rir de como alguém no mundo pode ser tão bobo. Mas nada disso – nada de promessas por enquanto. Às vezes é preciso uma catarse a seco. Amar por implosão. Morrer o que ainda presta. E esperar, e esperar, e esperar.

Ressurreição é coisa de domingo.

Um comentário:

Anônimo disse...

gosto do humor...
a espera também esconde muitas transformações. aproveite!