segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ver coisas novas

Estive à tarde em conversa com Alberto Caeiro. Ele estava lá nem um pouco entediado com a Eternidade, exceto por não ter escrito, e perguntava se eu não estaria disposto a transcrever-lhe uns versos. Mas ele era muito outro de ter visto coisas novas, e de falar a mim. Pedi que ele esperasse o meu tempo – que eu vivo no tempo, ainda – e que ele ao menos assinasse os seus escritos com um novo nome, se eu acaso os aceitasse. Ele viu muita graça nessa coisa de assinar com outro nome. Mas concordou, enfim. Disse que não era o nome que o fazia ser Caeiro – “como as pedras”, acrescentou, “não deixariam de ser pedras se as chamássemos de pássaros”. E havia estranhamente algum sentido oculto em suas palavras; no seu rosto, um sorriso calmo de ter visto coisas novas e preparar a grandeza de dizê-las. Como se na Eternidade, apesar de pedras, as pedras muito à sua maneira levantassem voo.

3 comentários:

Vizionario disse...

Bonito.

Roger Dörl disse...

obrigado. pelo outro também, mas comentar ali vira bola de neve.

e venha mesmo, semana que vem... (as notícias correm rápido, mesmo na província.)

abraço.

Vizionario disse...

Bom, o imbecil falou que vai tirar a citação estuprada de minha poesia, então estou satisfeito.

Ele poderia parar de se definir em blogues também com "minha" poesia. E nos esquecer. Aí seria perfeito.

Mas o guri precisa de palco, e como ninguém o lê, ele vem aqui destilar seu texto ralo e sua pretensão imensa. Eu não menciono o seu nome, não abro diálogo, e não vou responder para esse insignificante. Sugiro a vc fazer o mesmo, que ele some. Ou rezemos, que um dia ele cresce, e desaparece.

Mas, enfim, as notícias seguem rápido mesmo. Acho que passo uma semana aí sim, vadiando. Já que desisti de fazer convites para que a Cidade tenha a honra da sua visita.

Se algum dia vc for entrar no msn, me avisa, para vermos certinho esse lance. Agora sois deveras importante na província, e não quero atrapalhar aí.

Abs.,