domingo, 25 de janeiro de 2009

Entre

Fechado em uma sala de ensaios, o mundo inteiro se resume aos corpos que expressam, ouvem e se tocam. As quatro paredes são de liberdade: tudo é possível quando objetos, ruas, saldos bancários e hiperlinks dão lugar a um ser humano diante de si mesmo. Um templo se define – etimologicamente, só existe religião no encontro. E nada invade um espaço sagrado, a não ser com os pés descalços. Vendo alguém dançar, e quando sei que essa dança é a mais pura expressão de um coração que ainda sente, basta cruzar um olhar, complementar um gesto, compor com o outro – e já não pode haver dúvidas de que Deus existe.

3 comentários:

Roger Dörl disse...

A apenas alguns minutos de fazer esta publicação, estava lendo Rubem Alves e me deparei com um texto chamado "Milagre". Reproduzo abaixo o seu trecho final, certo de que, se nosso encontro não foi mesmo um milagre, foi no mínimo uma coincidência digna de nota:

"No mundo do 'eu-tu', o outro ouve atentamente e acolhe o tu como parte de si mesmo. (...) E, ao assim me relacionar, um mundo humano é criado ao meu redor, mundo em que as entidades não são objetos de uso, mas objetos de prazer. Buber conclui sua filosofia dizendo que Deus não está aqui, não está ali; Deus está 'entre', na relação, no hífen... Deus se encontra no espaço misterioso e invisível da relação."

Namorada disse...

without words!
I beleive in God too, just it!



give it a time and maybe...

or give it a break and let it go!

bjão!

Carol Brunoni disse...

Salve os artistas porque conhecem Deus. As vezes não reconhecem, mas conhecem.