sábado, 10 de janeiro de 2009

Do olhar para si

Nos intervalos da paz recém conquistada, a velha ansiedade toma novas proporções: quando uma classe inteira de cuidados se esvai, resta sempre a questão de estar ou não fazendo a escolha certa. Assisto ao mundo ruir, do interior das casas ao pregão das bolsas, na indiferença à crise ambiental como ao convívio mais cotidiano. E sei que toda e qualquer mudança precisa começar por mim. Mas veja: por mais antiquado e moralista, o discurso do "amar ao próximo como a si mesmo" é um desafio quando ninguém ama a si mesmo o bastante. Por isso eu fico assim, sozinho, assustado, vasculhando em silêncio a minha alma. E me pergunto: será que eu consigo? Sem consumir, sem invadir espaços, sem esquecer que ferir o outro é boicotar o meu próprio barco? E pior, pior do que eu não conseguir: será possível que alguém mais consiga?

2 comentários:

Carol Brunoni disse...

Bem, viver é deixar viver. Sabe, sofri muito por não querer sofrer ou por querer estar sempre em zona de equilíbrio... sei lá, hoje é hoje, amanhã é amanhã e ontém foi ontém. Não dá pra viver se culpando pelo passado e temendo pelo futuro.
Ahhh, sobre o presente... acho q vai virar presente de Páscoa :)

Anônimo disse...

lindo.