quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Material didático

Coração de gente é mundo muito grande pra se conhecer numa só vida. Terras sombrias, então – que essas não faltam – a cada passo se desdobram em milhões de novos mundos. Labirintos, pântanos, abismos em progressão geométrica. Frequentemente alguém se perde por ali, no bom e velho exercício de buscar saídas. Só que às vezes não buscam e não saem.

Alma de gente tem casulo – mas não é pra morte que a lagarta se retira. Sozinho no escuro, no medo e na dor, nem sempre a gente entende o puro instinto que prepara o voo. Porque voar é impossível – e disso, qualquer lagartinha sabe. Mas um dia a gente cansa e começa a arranhar as paredes. Até que alguma coisa se abre.

Cabeça de gente pode muito bem se virar pro alto – que estrela sim é um infinito que interessa.

Luz de gente não se ensina: se acende.

3 comentários:

Carol Brunoni disse...

Obrigada ;)

Vizionario disse...

O que me fez lembrar, quase como uma continuação natural da última constatação, a frase (excelente) do Caetano:

- Gente é para brilhar, não para morrer de fome.

Thaisa disse...

ah, que bonito Roger!
eu sempre venho com comentários toscos, mesmo diante de textos cheios de beleza, né?
então, para não perder o costume aí vai:
"não basta ser farol, é preciso estar aceso"
(tsc,tsc,tsc - rs)