domingo, 5 de abril de 2009

Transitória

Deixo você dormindo até mais tarde, saio pra comprar o pão. Em pouco tempo a casa toda vai ter cheiro de café com flores; um sorriso a mais; o amor se espreguiçando no domingo. Bom dia misturado ao riso lá de fora, uma voz pequena repetindo ao pai eu-já-consigo-andar-tudo-isso-sem-rodinhas. Quem foi que teve a ideia de lhe dar uns olhos tão azuis? Eu posso lhe falar do mundo, de tudo que ele teve que passar pra que estivéssemos aqui – esse sentido último. Mas não que eu tenho que mostrar mais uma vez como espalhar manteiga!? (Podemos rir mais alto, pro escândalo completo dos vizinhos.) Eu passaria a vida inteira vendo o sol nas suas pernas. Mas antes do café esfriar, meu bem, experimente um pouco dessa torta; do coração da rosa; daquela nuvem que eu tive que mandar fazer...

Um comentário:

Anônimo disse...

que mulher de sorte...