Visão Noturna do Centro fotografado da Reitoria UFPR
por Adilson Gomes
Seria bom, amiga, se eu conseguisse explicar por que meu coração ficou pequeno de uma hora para a outra; mas só sei que foi assim, e eu tive que dizer licença eu vou comprar um mate ou vou tomar um bonde; até que no fim, desculpa, eu acabei me debruçando na janela e tive que chorar tudo isso enquanto o professor falava. A gente não escolhe, amiga, nem a dor que sente nem a hora de sentir – seria bonito, seria um passeio hippie pelo bosque, disco infantil contendo uma historinha inofensiva para o seu menino, seria um ídolo de ouro com a nossa cara se a vida conseguisse ser menos estúpida e canalha como acaba sendo vez ou outra. Então é tudo uma questão de segurar as rédeas? Então não é num tigre que montamos? Seria bom, amiga, se fosse uma questão de ter vontade ou lucidez. Mas a gente simplesmente não escolhe o amor que sente. A gente não escolhe não encontrar ninguém. A gente não escolhe esse cansaço no final do dia, no alto de um prédio em uma aula de Grego Avançado, e se sentir completamente zonzo e só quando ao olhar pela janela reparamos no cair da noite sobre uma cidade que não tem mais fim...
***
hoje à noite, diz Leminski,
(anote em seu caderno)
hoje à noite
lua alta
faltei
e ninguém sentiu
a minha falta
É bobo, eu sei. Mas por hoje é tão... verdade...
***
hoje à noite, diz Leminski,
(anote em seu caderno)
hoje à noite
lua alta
faltei
e ninguém sentiu
a minha falta
É bobo, eu sei. Mas por hoje é tão... verdade...
3 comentários:
Esta é a minha vista, 5 noites por semana, há tempos...
sabe, escrevi o texto pensando nessa vista... não dá pra dizer que eu estava exatamente com saudade :D
mas vá lá... tem o seu charme, não?
tem, sim.
e aumenta com a distância... ;)
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